quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Inovação para poucos: a falta de conhecimento e cultura das empresas dificulta o desenvolvimento tecnológico no país

Os crescentes avanços da inovação brasileira, os estímulos dados pelo governo e iniciativa privada, a ampliação do fomento seguida da redução das taxas de juros, implicam a existência de uma vasta disponibilidade de recursos passíveis de financiamento no mercado.

Somente neste ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinará R$ 2,7 bilhões aos projetos considerados de inovação. De forma semelhante, a FINEP irá repassar aproximadamente R$ 2 bilhões. Ao somar o desembolso das duas instituições (R$ 4,7 bilhões), tem-se um aumento de 74% dos desembolsos em relação ao ano anterior.

Um exemplo disso são os aportes em financiamentos à inovação no BNDES, os quais são de no mínimo R$ 1 milhão, com taxas que chegam a aproximadamente 4% aa. Para os projetos de inovação no setor de engenharia, as taxas podem chegar em até 6,5 % aa.

Além disso, o governo federal vem adotando uma série de medidas que criam condições mais favoráveis para empresas que realizam ou pretendem iniciar atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica.  A Lei n.º 11.196, conhecida como Lei do Bem, é exemplo disso. Com ela, as empresas podem gozar de benefícios fiscais para esse tipo de atividade. A redução tributária pode variar entre 20% e 34% sobre o Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), além de deduções de até 50% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que recai sobre a compra de bens destinados à P&D. Esses e vários outros benefícios são válidos para empresas tributadas pelo lucro real.

Apesar dos incentivos, existe ainda a falta de conhecimento da legislação e são baixos os orçamentos destinados às atividades de inovação dentro das empresas. O investimento em P&D das empresas brasileiras está muito abaixo do desejável, e, na maioria delas ele nem existe, ainda que o governo tenha aumentado seus esforços.

Não faltam programas e linhas de financiamento relacionadas à inovação no mercado, no entanto está faltando um esforço maior por parte das empresas para inovar. As empresas precisam assumir sua parte nisso, agregando valor aos seus produtos e processos, ajudando a promover a competitividade delas mesmas e, consequentemente, a competitividade do país.

Nas próximas postagens irei detalhar algumas das principais fontes de recursos financeiros voltadas para inovação, tanto do governo como da iniciativa privada, tais como: editais, órgãos de fomento, fundos de venture capital etc.

Até breve.