quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Setor empresarial comemora aumento de recursos públicos para inovação

“A palavra-chave é execução. A implantação efetiva dos processos de inovação é o grande desafio. O horizonte das empresas deve colocar uma visão de longo prazo que o governo, no papel de articulador, já está promovendo”. A frase acima, de Antonio Carlos Teixeira Alves, CEO da Brasilata – proferida durante o seminário Inovação e Desenvolvimento Econômico, promovido pela FINEP e pelo Jornal Valor Econômico na semana passada – mostra que o empresariado já está incorporando a inovação às suas práticas de gestão e ciente de que pode contar com uma ampla oferta de recursos e instrumentos estatais.

“Há pouco tempo, este debate não era praticado pelas empresas. Hoje em dia, a situação mudou, pois vários empreendimentos desenvolvem sistematicamente a inovação”, destacou Glauco Arbix, presidente da FINEP. Para o executivo, os processos inovadores são a grande vantagem para países como Estados Unidos, onde 50% do PIB pós-guerra foi gerado por atividades ligadas à inovação.

O encontro da FINEP e do Valor Econômico, em que foram anunciados mais R$ 15 bilhões para inovação até 2014, levantou uma série de questões que pontuaram diversos debates econômicos nos últimos dias. Sim, os recursos para inovação tecnológica, capitaneados por agentes como a FINEP, cresceram e já chegam até muitas companhias que investem em P&D. Mas é preciso saber buscá-los. “Temos uma equipe própria para ir atrás de ofertas financeiras para inovação”, afirma Siegfried Kreutzfeld, diretor Superintendente da Unidade WEG Motores.

Para Mauro Kern, vice-presidente executivo da Engenharias e Tecnologias da Embraer, “os processos colaborativos e a constituição de redes serão a tônica em relação ao desenvolvimento”. Trocando em miúdos, os recursos existem, e mais do que nunca é preciso que empresas, universidades e agentes públicos acertem os ponteiros para transformá-los em inovação na ponta da cadeia.

“A FINEP é a instituição certa para fazer a mediação entre todas estas fontes de conhecimento”, ressaltou Mario Salerno, Coordenador do Observatório da Inovação da USP. Glauco Arbix concordou com o colega docente: “A FINEP é uma semeadora da inovação, alavancando engenharia e engenhosidade”.

Apesar de também endossar o conceito de rede, Kreutzfeld afirmou que ainda é difícil fixar um doutor com currículo apenas acadêmico dentro da empresa. “É uma cultura que, na WEG, ainda estamos tentando quebrar. Se equacionado este problema, que me parece geral, podemos avançar na superação do cenário de dependência”, contou. A solução da empresa, segundo ele, foi criar internamente um ambiente para cientistas.




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